Ontem por todo lado se comentavam nos meios noticiosos o
desaparecimento de um surfista do Porto, o apelo da companheira para o
encontrarem fez com que fosse criado um grupo no Facebook que chegou aos 24.000
membros.
As notícias sobre o caso eram logo alarmantes pois pareciam
centrar-se mais no facto de se terem mobilizado 24.000 pessoas num grupo do Facebook
em apenas 18h do que no desaparecimento do homem.
O homem foi encontrado e em vez de as 24.000 pessoas ficarem
contentes com o seu aparecimento o que acontece? Ficam indignadas porque não
lhe transmitem detalhes sórdidos da história.
Há mesmo alguém que diz que ele tem obrigação de prestar esclarecimentos
aos “internautas e leitores e fãs”. Fãs? Mas agora o homem tem fãs?
Não é de estranhar esta sede de notícias, de detalhes e exigências
sobre o que afinal terá acontecido, porque afinal ele tem de saciar a
curiosidade dos fãs sob pena de os perder.
A quantidade de teorias sobre o sucedido é incrível, mas o
que me choca mesmo é o fato de as pessoas sem saberem de detalhe nenhum
acusarem-no de irresponsável, inventarem problemas conjugais, suporem uma
depressão, uma fuga com um homossexual e um sem fim de outros motivos para o
seu desaparecimento.
Os comentários às notícias têm tanto de cómico como de
triste.
Não entendo esta sede escárnio e morbidez, aposto que se
fosse encontrado morto ou moribundo já ninguém queria saber dos motivos do
desaparecimento.
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