quarta-feira, 13 de maio de 2015

Espelho dos nossos dias #2




Estas são as fotos das principais agressoras e do agredido do vídeo que circula na Internet e que deixa atónita qualquer pessoa com um mínimo de sentimentos e decência.
A minha primeira reação foi querer partir a cara às duas miúdas e a todos os que assistiam, a segunda criticar os seus pais e a terceira criticar a juventude em geral.
Mas depois de refletir um pouco e lembrar-me dos meus tempos de escola, as coisas na minha altura não eram muito diferentes, havia muita violência psicológica e física, haviam grupos que agrediam grupos e havia mesmo grupos que se juntavam para agredir determinada pessoa só porque a coitada tinha vestido a cor errada naquele dia.
Mas existem grandes diferenças entre os adolescentes de hoje e os adolescentes de há 20 anos atrás: os de hoje o que têm a mais de tecnologia têm a menos de personalidade e têm muito menos receio de serem punidos.
A tecnologia permite-nos ver a forma como interagem pois a sua vaidade e o acesso fácil a camaras de filmar faz com vídeos como este sejam divulgados o que não acontecia há 20 anos.
Por outro lado, acho que os adolescentes têm falta de personalidade, a pressão constante para pertencer a este ou àquele grupo e para se sentirem integrados faz com que se moldem pelos pares, se coibam de ter pensamento próprio e a dizer sim mesmo quando não concordam, na minha altura ser-se diferente e não se ralar com o que os outros pensavam era o que fazia ser-se fixe, havia mesmo quem fosse alternativo só porque era giro ser diferente.
Sempre existiram os “Maria vai com todos”, as modas e o efeito manada que levava muita gente a cometer atos irrefletidos só porque sim.
A grande diferença na minha opinião reside na falta de penalização e desculpabilização das crianças e dos adolescentes, os pais colocam-nos numa redoma de vidro e mesmo quando fazem barbaridades ninguém pode punir os seus filhos a não serem eles, curiosamente são os pais que dizem isto aqueles que menos punem.
Há 20 anos atrás os auxiliares educativos e professores imponham respeito e eram respeitados, davam dois berros, ameaçavam e davam até um apertão ou um estalo se fosse preciso para manterem a ordem. Se é pela violência que se deve educar? Acho que não, mas o paradoxo reside aqui – Como é que filhos de uma educação não violenta se tornam tão violentos?

Obviamente alguma coisa está mal na educação deste país, se há remédio? Eu gostava muito que tivéssemos mentalidade e cultura suficiente para educarmos crianças sem lhes dar uma palmada, palmadas essas proibidas por lei, mas o que é certo é que não temos.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Somos um país onde a cultura é pouca e isso reflete-se em tudo. É como dar nozes a quem não tem dentes.

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