quarta-feira, 6 de maio de 2015

"Dad Bod" - Agora querem-nos impingir isto!? E as mulheres são as primeiras a apoiar esta baboseira.





E eis que a nova tendência são os “Dad Bod”, esqueçam os metrosexuais, os lumbersexuais parece que agora nos querem fazer acreditar que o que está na moda são os Dad Bod que são descritos como sendo homens com um corpo pouco moldado, porque só vão ao ginásio quando lhes apetece e que apreciam um bom petisco. Esta descrição foi apresentada pela primeira vez por Mackenzie Pearson, uma universitária de 19 anos no seu blogue.
Eu não tenho nada contra quem gosta de homens com corpo de pai de família, o que me irrita são as justificações que dão para isso:

“We don't want a guy that makes us feel insecure about our body. We are insecure enough as it is. We don't need a perfectly sculpted guy standing next to us to make us feel worse.”
“We want to look skinny and the bigger the guy, the smaller we feel and the better we look next to you in a picture”
“He's not scared of a cheat meal because he eats just about anything and everything.”
“We know what we are getting into when he's got the same exact body type at the age of 22 that he's going to have at 45.”


Brian Moylan escreve um artigo na Time em que classifica a designação como uma atrocidade sexista e não poderia estar mais de acordo com todo o artigo, que podem ler aqui.
As razões apresentadas para se gostar de um homem com este tipo de corpo são todas baseadas em premissas parvas e estúpidas, vou escolher um homem não fit porque assim não me sinto mal de bikini ao pé dele, porque assim já sei como será aos 45 anos e porque assim posso comer porcaria à vontade que ele não reclama.
E vai mais longe diz mesmo que assim a mulher é de certeza o elemento mais bonito do casal, o mais magro e o mais fit. Pelos vistos os homens podem desleixar-se à vontade mas as mulheres não, porque as mulheres medem-se pela beleza, nos homens isso não interessa para nada.
Mais uma vez as mulheres são o seu próprio carrasco preferem escolher homens que despertem menos atenção das outras mulheres, menos concorrência, assim têm menos probabilidade de ficarem sem eles, depois tentam manter-se e sentir-me mais bonitas e mais cuidados que eles, ao fazerem com que sentam que são de uma liga superior, acham que assim eles pensarão duas vezes antes de as trocarem já que elas são nitidamente areia de mais para o camião deles.
 O mais ridículo de tudo é acharem que isto é um conceito novo, próprio da idade acham que descobriram o Santo Gral, não, não descobriram esta estratégia é velha, ultrapassada e sexista.
Se tradicionalmente a tendência de a mulher se cuidar mais do que o homem, era uma situação meramente cultural que advinha da conjugação de vários fatores: 

- Tendência natural que a mulher tem em querer aparecer bonita, bem vestida e arranjada.
- Maior valorização dos homens nas características físicas na escolha da mulher, beleza do rosto, tipo de corpo e a sua elegância.
- Menor valorização da mulher nas características físicas do homem, maior valorização do seu estatuto, capacidade de prover, personalidade, planos para o futuro e forma como a trata e como trata as pessoas em seu redor.
Esta cultura é herdada ainda dos tempos em que apenas os homens trabalhavam e que os atributos das mulheres passavam pouco pelo seu intelecto e muita mais pelos seus atributos físicos e habilidades domésticas. 

Nos dias de hoje colocar-se esta questão é regredir anos em termos de sexismo e comparação ente sexos, é rebaixar a mulher a objeto sexual e é um conceito tão fútil que me dá voltas ao estomago.
Escolher um parceiro porque ele me faz parecer bem nas fotos é a coisa mais absurda que eu já ouvi/li.
Eu não tenho dúvidas a culpa de os homens nos verem como objetos é das mulheres e desengane-se quem pensa que é das mulheres fit porque essas procuram normalmente parceiros fit e exigem deles um estilo de vida saudável.
A culpa é das que fazem dietas malucas, das que comem que nem loucas e culpam a genética pelos kg a mais, das que dizem que as louras são burras, que as altas são escadotes, que as magras são esqueletos e que as gordas são baleias.
Enquanto não aprendermos a respeitar-nos umas às outras os homens já mais nos respeitarão.
Não somos apenas um objeto decorativo numa relação!
Somos seres completos, somos muito mais do que um estrutura óssea com carne e pele, temos personalidade, inteligência, vontade e pensamentos próprios, projetos, planos, sonhos e objetivos, temos a nossa própria agenda, o nosso valor reside no nosso intelecto e na nossa capacidade relacional não no vasilhame que transporta as nossas emoções, sentimentos, alegrias e tristezas.

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